1. |
Introdução
00:30
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Cumpriu sua sentença
Encontrou-se com o único mal irremediável
Aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra
Aquele fardo sem explicação o que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados
Porque tudo o que é vivo morre.
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2. |
A Hora da Vingança
01:25
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"Eu bebo em sua boca. Eu mato em seu corpo".
Com seu sossego acabo quando eu chego
em sua boca eu bebo
até te afogar
em seu corpo eu mato até poder levar
sua alma
assim que se encerrar a calma
nenhuma palma recebida.
"Eu bebo em sua boca. Eu mato em seu corpo".
Somente sete palmos
a despedida e o adeus
desde o nascimento
a boca foi a porta de entrada pro alimento
e a saída de emergência
pra regência do que pensa o corpo
que aos poucos morre.
"Eu bebo em sua boca. Eu mato em seu corpo".
Porque tudo o que é vivo morre
então vai de droga e de porre
e o acesso ao excesso ocorre
correr não adianta mais
fica pra trás pensando á frente
e infelizmente retrocede
tudo o que pede e espera
É uma chance á mais
um lance á mais
pra tentar virar o jogo
e não arder no fogo eterno.
"Eu bebo em sua boca. Eu mato em seu corpo".
Cada caderno que escreve
retrata
a forma ingrata
com que trata o que recebe
bebe mais do que d· conta
em sua boca eu bebo
apronta
e quando a consciência questiona
não conta com medo
da consequência.
"Eu bebo em sua boca. Eu mato em seu corpo".
E tudo acaba assim.
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3. |
Pela Vida
01:09
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Pela vida a lida
É uma corrida
sem chegada
só partida
… uma viagem só de ida
sem medida
É benção ou maldição?
se a condição influencia a escolha
Colha o que plantar
se planta o que não quer colher
vai amargar
por escolher errado
Vim convidado
pra fazer valer o zelo
pela vida sem apelo
acordar do pesadelo
E sonhar de olhos abertos
realizar
já que a vida é curta
e a morte é breve
Abrevia e furta
o fôlego de quem se atreve
a viver de verdade
completamente e não pela metade
Pela vida.
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4. |
Purgatório
01:31
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Purgatório
Vai se purificar
pra não ficar
se liga justo
tudo tem seu custo
Nem tudo tem um preço
o que mereço
É mais que um endereço fixo
afasto o mal sem crucifixo
Me basta e a fé
pra permanecer em pé
sem ela eu já não posso
e sem isso o que que eu faço?
Mas nesse espaço em que me encontro
do que vivi são só destroços
e o confronto já não existe
só o que resiste é a espera
E triste é ter que esperar
a sensação de sufocar
e só focar
na bem aventurança
Pra ser considerado
um bem aventurado
É um bom bocado de distância
e antes da admissão
Nesse lugar de purificação
a irritação
cancela a vaga
propaga a ação de impaciência
Se não espera
quem prospera é a decadência
e uma vez do outro lado
É bom saber que esse processo é demorado.
Quem sabe faz na hora
mas também faz acontecer.
Quem sabe faz na hora
mas também faz acontecer.
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5. |
Cemitério
00:56
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Tudo era bom no início
antes do vício
e se o
mundo inteiro pudesse te ouvir
Ou vir te ver de vez em quando
se precipitando em precipicio
eu ouço o teu silêncio
e é isso
O que me tira do sério
eu venço o cemitério
enquanto vivo
não me livro da partida
Precoce, antecipada
provocada ou distraÌda
a vida vem e vai
ela nesce e morre
… como alguém que trai
quando cai ninguém socorre
ce corre contra o tempo
e o tempo sempre sai invicto
Convicto em vivê-la
iluminada como estrela
ou acesa como vela
vá vivê-la
Até vê-la partir
e impedir o convívio
o alívio
À sete palmos abaixo ou acima?
Rosas vermelhas caindo
e seus camaradas lá em cima
essa é a sina de quem vive
essa é a sina de quem vive.
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6. |
A Voz da Morte
01:24
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Amigo!
eu não consigo te ouvir
me ouvir talvez
também não faça bem
Alguém que ainda acredita em ti
aqui estou
e o que restou?
o caos!
Em frente os pés
ao invés de um caminho
o abismo
e os maus sinais
Os bens materiais
não servem mais
aliás
nunca te serviram
Ditadura de olhos sobre ouvidos
nunca se olharam
nunca se ouviram
e os sentidos
Abandonam o corpo
esse é o desconforto do abuso
o uso sem freio
feito um intruso veio
E deixou tudo feio
toda sorte de tempestade ele trouxe
e quando se foi
a foice
Refletiu tua face
e o impasse instalou-se
amargar a garganta
ou degustar o doce?
Eis a questão
duas escolhas
uma conclusão
abandonado á própria sorte
Sentiu o frio
assim que ouviu
a voz da morte
a voz da morte.
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7. |
A Última Flor
01:07
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O show termina sem aviso
o sorriso
fica pra outra hora
agora é luto
O fim da luta
dificulta a vida
pra quem fica
e a cada minuto
Menos sentido
É como se encontrar perdido
contraditório
eu olho e não aceito
Me deito e medito
eu me sinto
num labirinto
um sanatório
Notório
o modo como o fim se apressa
e a última conversa
fica impressa na memória
A história acaba
cada detalhe
fica mais forte
o corte é tão profundo
Que é como se o mundo parasse
e tudo o que fala
calasse
em sinal de respeito
A dor no peito é inevitável
só a última flor
e o bendito amor que nos traz
que é o que fica de quem parte
Vá em paz.
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